Museu da Língua Portuguesa reabre com novo sistema de segurança contra incêndios

Quase seis anos após tragédia, espaço reinaugura com terraço aberto ao público e novos conteúdos expositivos
O Museu da Língua Portuguesa reabre no dia 31 de julho após quase seis anos fechado devido ao incêndio que destruiu parte da estrutura do prédio em dezembro de 2015. Para garantir a segurança de visitantes e funcionários, o museu reforçou o sistema contra incêndio adotando chuveiros automáticos, chamados sprinklers, que detectam aumento na temperatura ambiente e emitem jatos de água em todas as direções, combatendo as chamas ainda em estágio inicial.
A inclusão desta medida foi recomendada pelo Corpo de Bombeiros como um cuidado extra, já que a legislação vigente não obriga o uso devido ao tipo de edificação. De acordo com o Programa de Segurança do Museu da Língua Portuguesa, o novo sistema irá monitorar, além dos chuveiros automáticos, o painel de detecção de incêndio; grupo gerador; ar condicionado; exaustão de fumaça; sensor de CO2; entre outros.
Incêndios envolvendo esses tipos de edificações são recorrentes no país. Para Marcelo Lima, diretor geral do Instituto Sprinkler Brasil (ISB), existe um mito de que a água pode causar problemas em um museu. “Há sempre essa preocupação: a água vai danificar, e não (se diz) que a água vai controlar o incêndio”, lamenta.
Nos últimos 13 anos, espaços que guardam acervo com valor artístico e científico em todo o país foram consumidos pelo fogo. Além do Museu da Língua Portuguesa, em 2015, outros sete museus também foram incendiados. Entre eles, o Museu Nacional no Rio de Janeiro, em 2018, que teve o acervo com mais de 20 milhões de itens destruídos; o Instituto Butantan, com perda de 70 mil espécies de cobras, sendo o maior acervo do Brasil; e a Cinemateca Brasileira, que perdeu 1.000 mil rolos de filmes antigos.
[Infográfico com uma linha do tempo dos incêndios em museus nos últimos 13 anos no país: Teatro Cultura Artística, 2008; Instituto Butantan, 2010; Memorial da América Latina, 2013; Museu de Ciências Naturais da PUC de Minas Gerais, 2013; Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios, 2014; Museu da Língua Portuguesa, 2015; Cinemateca Brasileira, 2016; Museu Nacional do Rio de Janeiro, 2018.]
As obras de restauração do museu custaram R$ 81,4 milhões e foram finalizadas em dezembro de 2019. A reabertura contará com um terraço de 262 metros quadrados, uma homenagem a Paulo Mendes da Rocha, arquiteto responsável, ao lado do filho Pedro, pela readequação dos espaços internos da Estação da Luz para a inauguração do museu em 2006. O terraço terá vistas para o Copan, Terraço Itália, Jardim da Luz, relógio da Estação da Luz e a Estação Júlio Prestes. Além do terraço, 80% do conteúdo expositivo é novo, como a exposição Falares, que reúne vídeos e áudios de pessoas famosas e anônimas de todas as regiões do Brasil, destacando sotaques e expressões do idioma no país.

Terraço/Foto Instagram/EDP/Veja SP
Texto - Jornalistas: Fernanda Pereira, Gabrielle Rodrigues e Viviane Duranti
Postar um comentário