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Desintoxicação do fígado realmente existe? Especialista orienta sobre os perigos da prática

Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal, alerta para os riscos de métodos sem comprovação científica e destaca hábitos saudáveis como aliados na saúde do fígado.

Com a chegada do Ano Novo, é comum que muitas pessoas busquem maneiras de “começar o ano bem”, incluindo promessas de saúde e bem-estar após ingestão de álcool em excesso. Entre as tendências mais populares está o chamado detox do fígado ou limpeza hepática, que envolve o uso de sucos, jejuns intermitentes e remédios caseiros para desintoxicar o órgão. Apesar de sua popularidade, especialistas alertam que não existe comprovação científica de que essas práticas funcionem, e o uso prolongado de produtos não receitados pode acarretar em efeito rebote, sobrecarregando o órgão. No entanto, a busca por alternativas para mitigar os danos do álcool reflete uma realidade alarmante:

De acordo com um levantamento recente do Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool (Cisa), baseado em dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa com mais de 55 anos morre a cada quatro horas no Brasil devido ao consumo abusivo de álcool. Entre as principais causas estão doenças decorrentes da dependência, como cirrose, complicações hepáticas, hipertensão e problemas de saúde mental associados ao uso excessivo de bebidas alcoólicas.

“Muitas vezes, essas doenças são silenciosas, e os pacientes desconhecem sua condição ou apresentam apenas pequenos desconfortos. Nesses casos, acabam recorrendo a receitas caseiras, o que pode sobrecarregar ainda mais o fígado”, alerta o Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).

Segundo Nacif, um fígado saudável é capaz de eliminar toxinas do corpo de forma natural, sem a necessidade de métodos ou estratégias sem comprovação científica. “Não é preciso recorrer a receitas milagrosas. A adoção de hábitos saudáveis no dia a dia, como incluir frutas e vegetais na alimentação, manter uma boa hidratação, praticar atividades físicas regularmente e reduzir o consumo de álcool, é fundamental para não sobrecarregar o órgão e garantir seu bom funcionamento ”, orienta o especialista.

Por outro lado, quando o fígado não está saudável, o paciente pode apresentar sintomas como dores ou incômodos no lado direito do abdômen, cansaço extremo, urina escura e fezes esbranquiçadas. Outros sinais preocupantes incluem o amarelamento dos olhos e da pele, que podem indicar problemas hepáticos mais graves.

“Ao menor sinal de problemas no fígado, é fundamental buscar ajuda médica especializada. Tentar se automedicar com receitas caseiras ou soluções sem comprovação científica pode agravar a situação e atrasar o tratamento adequado, que pode incluir medicamentos, cirurgias ou até mesmo transplante”, alerta o Dr. Lucas Nacif.

Saiba mais sobre Lucas Nacif: Especialista em cirurgia geral, e do aparelho digestivo, o Dr. Lucas Nacif é reconhecido por sua expertise em cirurgias hepato bilio pancreática e transplante de fígado, utilizando técnicas avançadas minimamente invasivas por laparoscopia e robótica. Além de suas contribuições no campo da cirurgia, o Dr. Nacif é membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Internacionalmente, ele é membro da ILTS (International Liver Transplantation Society), TTS (The Transplantation Society) e AHPBA (Americas Hepato-Pancreato-Biliary Association). O Dr. Nacif dedica-se integralmente à promoção da saúde digestiva, buscando não apenas a cura, mas também uma melhoria substancial na qualidade de vida de seus pacientes. Para saber mais, visite: www.lucasnacif.com e https://www.instagram.com/dr.lucasnacif_gastrocirurgia/